sexta-feira, 22 de junho de 2007

Segunda Vida

E se pudessemos viver outra vida além da nossa? Não me refiro àquela que muitos acreditam vir depois da morte, mas a uma que, pelo menos ao que parece, existe. Não sendo real é… virtual!
“Second Life”, cujo slogan é “Your World. Your Imagination”, é uma espécie de realidade virtual onde o utilizador (qualquer um de nós) adquire uma “nova vida”: um novo nome, pode escolher o corte e a cor do cabelo, a cor dos olhos, a roupa, a cor da pele e até a constituição do próprio corpo. Neste novo mundo pode-se voar, existe o teletransporte, há escola, há eventos culturais, bares, é possível até casar! A única regra (que é suposto cumprir) é não confundir a segunda vida com a primeira, essa real!
Há cerca de três meses ouvi falar desta “vida paralela” num dos nossos diários nacionais. Na altura passou-me completamente ao lado, mas a realidade é que as notícias têm vindo a suceder-se e, no passado dia 11 despertou-me a atenção no programa da tarde da TSF.
No programa em questão, houve o testemunho de um professor de Hipermédia & Estruturas Narrativas da Universidade do Porto, cujas aulas são dadas na “Second Life”, e hoje, novamente num diário, li que a proxima telenovela da rede Globo será, também, rodada e transmitida na “Second Life”.
Já tive oportunidade de experimentar este novo fenómeno… não é difícil, mas viciante, tal como um jogo de computador.
Contudo, quais serão as consequências desta inovação tecnológica?
Até que ponto as pessoas não irão confundir as duas vidas e utilizar a “Second Life” como uma sala de chat?
Ou pior: Qual será o grau de dependência relativamente a isto? Não nos esqueceremos de viver a vida real para passar a viver a segunda? Não estaremos a cair na realidade “Matrix”? (perdoem-me o dramatismo!)
Se tivermos tudo isto em conta, “Second Life” pode até ser um agradável joguinho.

Para quem quiser brincar gratuitamente: http://secondlife.com



1 comentário:

Anónimo disse...

O “Second Life” é um daqueles fenómenos que não me assustam tanto como, francamente, me fazem empalidecer e envelhecer dez anos de puro terror. Desculpem os fãs deste formato mas não acho muito boa ideia criar-se um universo alternativo para onde se fugir e ser quem se quer ser. Isso, a meu ver significa que, em primeiro lugar, não gostamos lá muito de ser quem somos. Não é que eu seja contra escapismos, mas como diz Mr Pratchett “deve-se escapar ‘para’, e não ‘de’”. O second life parece-me muito uma forma de “escapar de”. Escapar de todas as contrariedades do dia a dia, escapar da nossa vidinha aborrecida e imperfeita e escapar de um mundo que não se rege, em última análise, por algo tão simples e previsível como um código binario. Afinal, se já dá tanto trabalho viver uma “first life” (e há pouco tempo para a aproveitar), porquê saltar para uma “second life”?